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A Antropic consolidou recentemente sua estratégia no ecossistema de desenvolvimento de software assistido por Inteligência Artificial (IA) com o lançamento do Claude Code Web e a introdução da funcionalidade Claude Skills. Essas ferramentas não apenas buscam preencher lacunas de usabilidade e concorrência (direta com Jules, Codex Web e Cursor Web), mas também redefinir a eficiência do gerenciamento de contexto para agentes de IA. Tais adições confirmam a tendência de que players de mercado desenvolvam ecossistemas integrados em vez de ferramentas isoladas.

O Claude Code Web (agente web) foi desenvolvido para tornar o desenvolvimento de software na nuvem mais acessível, eliminando a necessidade de conhecimento aprofundado em Command Line Interface (CLI) ou de hardware de alto desempenho. Curiosamente, a versão beta se destacou por ser menos propensa a bugs iniciais em comparação com soluções concorrentes. A plataforma se integra facilmente ao GitHub, permitindo que os usuários selecionem repositórios e criem pull requests diretamente ao concluir tarefas.

Do ponto de vista técnico, o ambiente de desenvolvimento do Claude Code Web utiliza máquinas virtuais (VM) para cada execução de código. Essa abordagem é fundamental para o controle de segurança, permitindo a configuração detalhada do acesso à rede (como "acesso personalizado" ou "fontes verificadas") e a gestão de variáveis de ambiente. Tais recursos são essenciais para desenvolvedores que trabalham em ambientes corporativos com restrições rígidas de segurança e retenção de dados. Adicionalmente, o agente web possui um diferencial técnico significativo: a função "open in CLI", que permite a migração contínua da sessão web para o ambiente local do Claude Code CLI, possibilitando ajustes finos, como a seleção manual do modelo LLM (e.g., Opus 4.1 ou Sonnet 4.5), algo não configurável diretamente na execução da tarefa web.

A funcionalidade Claude Skills (Habilidades do Agente) representa um avanço na gestão de contexto e na padronização de tarefas. Uma skill é uma pasta contendo instruções, scripts e recursos, acionada automaticamente pelo modelo (model invoked) quando relevante para a tarefa. Elas são ideais para tarefas leves, bem definidas e baseadas em modelos (template-driven), como formatação de código ou aplicação de diretrizes de marca.

O valor central das skills reside na sua eficiência de tokens, alcançada pelo princípio de Progressive Disclosure (Revelação Progressiva). Em contraste com o carregamento de regras globais em arquivos cloud.md que podem consumir milhares de tokens desnecessariamente, as skills carregam inicialmente apenas o metadado (nome e descrição), que requer cerca de 100 tokens. O conteúdo restante da skill (instruções e referências, podendo chegar a 5.000 tokens ou mais) é carregado somente se a skill for invocada. Essa abordagem é superior à dos Multi-Channel Plugins (MCPs), que frequentemente consomem uma grande quantidade de tokens do contexto, independentemente da utilidade imediata.

Do ponto de vista da arquitetura agêntica, skills diferem dos Subagentes. Skills operam dentro da janela de contexto principal, facilitando o acompanhamento (follow up) e a retenção de contexto. Já os subagentes operam em um subcontexto independente, descartando todo o seu contexto de trabalho após a conclusão da tarefa e retornando apenas a saída final. Outra diferença é que os subagentes permitem a definição de um modelo LLM específico (Haiku, Opus, Sonnet) para a tarefa, enquanto as skills são vistas como ferramentas que o modelo utiliza de forma coesa.

A natureza composível das skills permite que os desenvolvedores criem Procedimentos Operacionais Padrão (SOP) para o agente. Isso pode envolver a execução de scripts em linguagens como Python ou Node.js dentro da VM do Claude Code, ou a aplicação de regras de código específicas (por exemplo, forçando a declaração de variáveis com VAR em projetos Dart/Flutter, apesar de ser má prática). Essa capacidade de especialização permite que o agente se torne um "agente que se auto-aprimora" (self-improving agent), internalizando as convenções da base de código da empresa em uma skill para uso consistente.

Em resumo, as novas funcionalidades do Claude Code — tanto o agente web que democratiza o acesso quanto o sistema de Skills que otimiza o uso de tokens — sinalizam uma evolução na divisão de trabalho entre desenvolvedor e IA. O papel do desenvolvedor se concentra agora na revisão e planejamento arquitetônico, enquanto a IA se especializa na geração consistente de código e na execução de tarefas padronizadas, utilizando as skills para garantir maior velocidade e consistência no fluxo de trabalho diário.